Não.
Eu não sou um representante do nós.
Sou muito só pra ser plural,
mas muito muito pra ser sozinho.
Sou duplo, sou fútil,
sou querido, sou diário.
Odiado.
Ordinário.
Periclitante,
viciante,
maçante.
Contista? Romancista? Poemista?
Transformista.
Gênero não me pega.
Olham pra minha palavra e pensam:
que cargas d'água é isso?
Olham pra minhas pernas lisas,
homem ou mulher?
Nunca me detectam,
sou criptografia:
puro esgar de Monalisa.
- Caio Augusto Leite
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