sexta-feira, 18 de março de 2011

O amado

O sorriso abriu-se coadjuvante,
com ternura pensava em ti.
O riso-resposta, não era para mi.
Nem notavas meu semblante.

O carinho que tentava, vão.
Fugia o amado meu, rasteiro.
Meu coração ardia num braseiro.
Tinha-o enfim, gritavas: Não!

Medo era o que sentias.
De se perder na luz.
De se prender na cruz.
De morrer nas noites frias.

Caio A. Leite 15/3/2011

domingo, 13 de março de 2011

O bolero

É o bolero final.
Oh quantos corpos
bailam, giram como
astros em torno do
sol.

É a passada íntima,
que finda a dança
enfim.
Que une, enlaça
nessa última nota.

É o soprar arfante
que encerra o show.
No trombone do centro,
a morte do som.
Sua mão toca-me.

É o bolero final,
bailemos sem parar.
Borrões de cor afinal.
Planeta mítico rodando
infinito.

No salão meia-luz,
corpos sumindo no
espaço.
Há tempos acabara
o musical.
E nós ali a dançar
o bolero final.

Caio A. Leite 12/3/2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

Artigo de ontem

Aqui entre nós jaz qualquer sentimento.
Me torno qualquer coisa vazia
que não pertence a nada.
Só existe pois a carne pulsa,
mas o resto é vidro.
Sem face, sem começo e nem fim.

Os braços cansam de segurar a vida
que pesa e cai.
Os olhos teimam em continuarem inativos
para não haver lágrimas de vazio.
Aqui encontra-se meu corpo entre o seu.
E teu corpo me torna real enquanto juntos.
Tocados na experiência pós-carne.

Eu me encaro, eu me perco e não te possuo.
Logo meu corpo escurece e some.
E a notícia me consome até o fim.

Em breve serei apenas um artigo do jornal de ontem.
E você a sensação fresca, renovadora de ansiedade
do folhetim que saiu nesse instante.


11/03/2011 - Caio A. Leite

terça-feira, 8 de março de 2011

Caminho

Não era pra
ser adeus,
era até logo.
O logo que não
existe mais.
E nem vi a mão
e nem o peito
bateu quente.
Pois queira ou
não queira aquela
voz virou caminho
de sonho.

Caio A. Leite 3/3/2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

Pensamentos

"Não sei que rosto eu vou usar de noite" - Maysa in Tema de Simone