Horizonte que me perco
e me acho e me engano.
Horizontalmente me
desfaço de mim.
Num mar que pede
para que eu me rasgue
em morte.
Num salto mortal
de acrobata que
desfecha a vida
num último movimento
perfeito e inspirado.
Caio nas rochas
doídas, manchadas
de musgo e dor.
Caio nos recifes
de coral, caio
no esquecimento.
Enquanto o veleiro
ao longe, sem saber,
invoca a paz inerente
da terra.
As gaivotas, as ondas
e o sol poente irradiavam
uma alegria serena.
E eu nu de todas
as lembranças
caía na pirueta
sangrenta de
findar.
A noite faceira
anunciava-se;
e o corpo moído
de rochas era velado
pelas vagas tristonhas
que escoavam o sangue
em suas águas.
Como que amanhecendo
antes da hora sua face,
num banho cruel de sangue
e espuma marinha.
Caio A. Leite - 07/12/2010
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