quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O destino de Marisa

Promíscua Rosa. De quase cor anil,
seu vestido de cetim vadio.
Quem sabe dela são as ruas.
Andarilha dos passados,
de novos romances, todos casados.

Figurante Rosa das festinhas
dos senhores, passando à margem.
Ficando isolada na foto como uma
moldura, afinal uma miragem.

Fatal Rosa, espinhos a flor da pele.
Boca de hera, cabelos de fogo
no Cerrado. Flor do alagado bairro
Pantanal. Rosa das avenidas, do
mural.

Sorte poder ser Rosa, como uma
dama-da-noite que sob a luz da lua
se torna outra, só é Rosa nas
madrugadas. Depois vira Marisa.

Jamais quis ser Rosa. Mas assim
como a flor real que nasce sem
saber do seu destino, Marisa é
Rosa pois nascestes para o ser.
E disso ninguém duvida.

Caio A. Leite - 24/02/2011

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