(De Clarice Lispector)
Papel de rosa,
da mãe da outra.
Broto novo,
cidade velha.
Boca rosa,
Mamãe chorava.
Inveja boa,
alegria cinza.
E eu saía
para achar
o que eu não era.
Os mascarados,
a minha dúvida.
O meu medo,
eu tão sozinha.
Mas os confetes
no fim do dia.
Eu entendia,
não mais menina:
eu era rosa,
agora,
na rua
no corpo
na fantasia.
- Caio Augusto Leite
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