Antes do vácuo, a existência:
recoberta de nevoeiro.
Depois do mar, a terra seca:
fritando a sola em solo.
Antes da morte, tantos planos:
grandes, pequenos, importantes.
Depois da luz, a grande noite:
cometas, eclipses, o vazio.
Antes do sábado, nenhum homem.
Só Deus e o mundo em formação.
Depois do sopro, tantas guerras:
Quentes - mornas - frias.
Antes de mim, tantos poetas:
Carlos, Manuel, João.
Depois de livre, é preso o verso:
na cédula, no aço, no sempre.
Depois de tudo, nenhuma certeza.
Antes do fim, uma Estrela
brilhou infinita e definitiva:
- Então calou-se de vez o caos da noite.
- Caio Augusto Leite
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