terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia paulista

O sol surge naquele horizonte matinal. Os pássaros começam suas canções iletradas, as tocas esvaziam-se, a cidade acorda, mesmo sem nunca haver descanso. Já vem o ruído das máquinas ferozes, que penetram a terra ilustre.
Os raios solares vão sendo encobertos, pelas nuvens plúmbeas, e já caem as gotas como balas de revólver, castigando o pedestre distraído. Enche-se o transportador dos desfavorecidos, represam-se os caminhos de ida e volta. Como espetáculo circense a caixa mágica anuncia as tormentas. Enquanto a chuva cessa, o bafo do gigante aquece e incomoda.
Os olhos úmidos não por lágrimas, a casa chega como que por martírio. O sol se esconde infame e sem cor. E nessa ciranda complexa giram as auroras de Anchieta.

Um comentário: