sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A luz de Marina

Esperava a primeira estrela
deitado sobre a grama da colina.
O negro manchava o teto da vida.
Animais noturnos despertavam,
um vento macio corria,
o aroma da noite se expandia.

Esperava a primeira estrela,
faria um desejo cheio de fé.
Em um dos bolsos o retrato,
o retrato de Marina.
Que a luz da estrela traga sua pele,
seu corpo esguio de bailarina.

Esperava a primeira estrela
e de repente nada mais via.
Alguém repousara as mãos
naquelas íris tão abatidas.
Tocou a pele fria e sorriu por dentro.
Reconheceu aquela maciez, a maciez de Marina.

Beijava a boca da menina,
os minutos passaram ligeiros.
O amor sem querer nascia.
Não havia mais espera
e no céu, triste e sozinha,
a primeira estrela então surgia.

- Caio Augusto Leite

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