domingo, 29 de janeiro de 2012

Palavras

Vagam mansas, que preguiça.
As palavras saem de minha mente
para o poema sem sentido.
Quase dançam, quase choram,
quase pingam no papel amarelado.

Repousam fartas, tão usadas sem motivo.
As palavras estão morrendo.
Eu tenho dó dessas letrinhas tão juntinhas,
que faziam as mais belas cantorias
nas janelas das mocinhas de família.

Vão valsando as palavrinhas
em cada placa de avenida,
em cada fachada de pizzaria
nas ruas, nas muitas ruas
em todos trópicos
em tantos tópicos
tantas palavras
tantos caminhos.

Vão com acentos, vão sem acentos.
Em vãos momentos, em casamentos.
Em monumentos de cimento,
em tatuagens na pele pelo sentimento.

Meia palavra, que às vezes basta.
Palavra grande e também pequena.
Que seria de nós sem a palavra?
Sem a voz, sem a comunicação.
Palavra bomba atômica, palavra tiro.
Palavra carinho, palavra amor, declaração.

- Caio Augusto Leite

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