A chuva não quer parar,
a melancolia em tristes gotas.
A umidade, o gélido, o tremor.
Tudo inspira a doença.
Um mal-estar no corpo,
talvez seja gripe.
Na tela, na janela, na favela
a chuva cai, a chuva derruba.
Sei que lá fora a mãe de alguém chora.
Que o rio transborda e o barranco cede.
A gripe aumenta, me dá sede.
Em mim a dor ordinária,
dor sem motivo, dor dose menor.
Lá fora o grande mar,
a grande dor, a grande verdade.
E quem vem ao mundo no leito dessa dor,
tenta não se afogar.
Nada de peito, peito forte, nada a temer.
A minha dor que é poça, não ensina nada
e se caio no mar posso morrer.
Os meus braços são fracos, não aprendi a nadar.
- Caio Augusto Leite
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