terça-feira, 6 de setembro de 2011

Da mata a canção noturna

Ururu-ururu
Ururu-ururu

Canta longe o vento
pia longe ave
ou será o medo?

Ururu-ururu
Ururu-ururu

Meia-noite, canto turvo.
Meio agouro, meia lua.
Ou será a morte?

Ururu-ururu
Ururu-ururu

Parece um apelo
será imaginação
ou de um corpo o frêmito?

Ururu-ururu
Ururu-ururu

Voa a ave, voa o canto
entre um uru, um ururá
canta a mata, canta lá.

Uru-ururá
uru-ururá

Dois cantos unindo-se
como dois corpos em comunhão
ou como a alma em disjunção.

Uru-ururá
Foi-se a noite
fez-se o dia

Uru-ururá
não sei se fez-se a morte
ou se da dor fez-se mais vida.

- Caio Augusto Leite

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