Fico à janela como que aguardando.
E nem sei o que espero,
pois nada tive de meu que partiu
para que voltasse.
É só um ritual diário.
Uma esperança habitual.
E se der sorte o futuro me agracia
com um beijo perfumado.
E ali da janela espio
e tantos passam.
São quase borrões, apressados
pela cidade motorizada.
De repente um gato cruza minha visão.
E ele na sua animalidade produz vida.
Vida alaranjada e macia.
Vida de criança que jamais virou gente grande.
O gato passa...
E pelo resto do dia
nada mais me atrai.
Nem gato. Nem sapo.
Nem príncipe.
Passei a vida espiando pela janela!
- Caio Augusto Leite
você é realmente encantador.. queria escrever tão bem quanto você!
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