terça-feira, 27 de setembro de 2011

Estático na janela

Fico à janela como que aguardando.
E nem sei o que espero,
pois nada tive de meu que partiu
para que voltasse.

É só um ritual diário.
Uma esperança habitual.
E se der sorte o futuro me agracia
com um beijo perfumado.

E ali da janela espio
e tantos passam.
São quase borrões, apressados
pela cidade motorizada.

De repente um gato cruza minha visão.
E ele na sua animalidade produz vida.
Vida alaranjada e macia.
Vida de criança que jamais virou gente grande.

O gato passa...

E pelo resto do dia
nada mais me atrai.
Nem gato. Nem sapo.
Nem príncipe.

Passei a vida espiando pela janela!

- Caio Augusto Leite

Um comentário:

  1. você é realmente encantador.. queria escrever tão bem quanto você!

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