sábado, 21 de janeiro de 2012

Mais um casal

A aurora nascendo clara e quente,

ainda havia preguiça de se amar

e tudo era feito na base da rotina:

o café, as torradas, o jornal de sempre.


A manhã firme dava vontade de tocar,

as mãos, qualquer abraço.

Toques ainda tímidos, a tarde veio

e agora a chuva caía no telhado


Um véu de gotas translúcidas,

a luz do sol em ângulo perfeito,

a coloração do espectro no ar

e o beijo veio no clímax do dia.


O ocaso, ocasião perfeita para o amor,

a lua clara se despindo do paetê de estrelas.

As bocas tocam partes outras,

as mãos mais atrevidas.


Alta madrugada, o corpo treme.

A cama treme, a casa treme.

Consumação e o corpo pede descanso,

o sono vem, a aurora vem, o jornal de sempre.


- Caio Augusto Leite

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