sábado, 17 de setembro de 2011

Poema das 7 horas da manhã

Não houve tempo para reações
o pivete da R. São Bento rápido surgiu.
Pegou a bolsa da senhora de verde abacate
e correu o máximo que pôde.
Dentro nada de muito útil:
Um celular antigo, um batom gasto,
lenços de papel, a foto de um homem
(no verso - Gerson meu amor).
Havia ali outras pequenezas - tudo lixo...

- Aquela vagaba não tinha porra nenhuma nessa cart..
nessa bolsa.

Um olhar e lá a dona passando novamente:
Um correr, uma lâmina afiada o sangue em jatos.
E lá, lá no longe tão perto de nós morria a frágil mulher.
O crime era não ter crime e julgada pois não pagara a fiança.

Em algum lugar o telefone tocou...
- Alô quem fala? - Gerson atendeu
[...]
- Minha Rita, morta?

E desferida a notícia como uma bala,
a realidade caiu como uma bomba de revolta.
Deu na TV, deu no rádio, deu no jornal.
(A dor só persistiu em quem a conhecia.)
Pouco importou - depois de uma semana
era outra a senhora que morria naquela mesma rua
com seu vestido de chita - não era organdi...


... e eu mesmo não mais lembro, pois a rapidez dos outros fatos já me fizeram esquecer...


- Caio Augusto Leite

2 comentários:

  1. Ahhh drugs,meu Manuel Bandeira de Pirituba ;D

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  2. Menino, não tem como eu falar com você pelo tumblr então vim deixar aqui um comentário.. Tá no primeiro ano de letras da USP né? Minha amiga tava fazendo em sampa também... Conhece? Bruna Loria Garcia? É que agora ela não tava gostando de São Paulo e se mudou pra UFTM em Uberaba... mas enfim, achei interessante isso, a conhece? Eu venho aqui ler a resposta ou... umcafe-pradois.tumblr, caso queira responder por lá. Ok? Beijos e continue escrevendo maravilhosamente bem, desse jeito aí que você sabe como.

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