domingo, 20 de novembro de 2011

Preso ao devaneio

Se de um lado te vejo e toco
pelo outro imagino e sonho.
Se de manhã te quero e omito
à noite devaneio e me deprimo.

Por um lado o corpo físico:
seus pêlos, seus lábios, seus braços.
Tudo que quero tocar.

Do outro, o semblante onírico:
seus medos, seus beijos, seu amor.
Tudo que não posso alcançar.

Por fora a imagem crua,
por dentro o sonho incoerente.
Por dentro a boca quer,
por fora é reticente.

Feito cupim, os sonhos avançam.
Vão comendo de dentro até o fora.
E como a flor machadiana, sem decidir,
morrerei na luz da aurora.

- Caio Augusto Leite

Nenhum comentário:

Postar um comentário