Uma casa, uma fruteira, uma lâmpada acesa.
Uma mesa de jantar, uma fresta na janela.
A chuva caindo, um pedaço de telhado,
galhos, folhas, uma parede ao longe.
Por fora tudo continuava normal, era a Natureza vivendo.
Um pensamento, um beijo, uma memória recente.
Um querer, um abraçar, um nome.
A mão direita escrevendo, a folha não mais em branco.
Palavras, versos, qualquer coisa se fazia.
Por dentro o coração partia, era o Amor morrendo.
O vento no rosto, um trovão, o frio da madrugada.
Uma lágrima, um arrepeio, a saudade indesejada.
O sono, a rua, o bocejo, a lua.
Os carros, a carência, o lá e o aqui.
Por fora ou por dentro, já não sabia - em todo canto o desalento.
- Caio Augusto Leite
Gostei mesmo.
ResponderExcluir"Uma casa, uma fruteira, uma lâmpada acesa.
Uma mesa de jantar, uma fresta na janela.
A chuva caindo, um pedaço de telhado,
galhos, folhas, uma parede ao longe."
Essa parte me lembra a cena da primeira estrofe de Fogo Pálido (Vladimir Nabokov).
bruna-morgan.blogspot.com