quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Poesia desconcreta

E andando por ruas indizíveis,
reparei no sólido concreto das calçadas.
Que estranha substância era essa
que corpo inteiro e ao mesmo tempo separado.

Calçadas de cimento queimado.
Calçadas de piso, de ardósia.
Algumas intactas, outras rachadas.
Limpas, sujas, tantas calçadas?

Não, é só uma! Com tantas partes.
O poeta é calçada, retalhado em versos.
Fragmentado em estrofes e único
no seu lirismo multifacetado.

Quando termino meu texto
coloco uma placa sobre meus versos novos:
Não pise, poesia fresca.
Mas leia, para que ela não endureça.

- Caio Augusto Leite

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