E andando por ruas indizíveis,
reparei no sólido concreto das calçadas.
Que estranha substância era essa
que corpo inteiro e ao mesmo tempo separado.
Calçadas de cimento queimado.
Calçadas de piso, de ardósia.
Algumas intactas, outras rachadas.
Limpas, sujas, tantas calçadas?
Não, é só uma! Com tantas partes.
O poeta é calçada, retalhado em versos.
Fragmentado em estrofes e único
no seu lirismo multifacetado.
Quando termino meu texto
coloco uma placa sobre meus versos novos:
Não pise, poesia fresca.
Mas leia, para que ela não endureça.
- Caio Augusto Leite
Adorei. Mt bonito esse poema. =)
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