terça-feira, 15 de novembro de 2011

Proclamação do primeiro ósculo

Primeiro andar, quase meio-dia.
Toques, carinhos, ansiedade.
Coração turbulento, afetos.

Sábado, o sol na janela.
Os olhos fechando-se
as bocas abrindo-se.

Tão perto, mais perto.
As palavras morreram
na boca um do outro.

A frase inacabada,
as mãos desajeitadas
e o tempo ruindo.

A concha se abrindo
em ondas, em gotas
de saliva quente.

O tempo volta a correr
mas algo mudara sem querer
de forma imperceptível.

Por fora ainda era o mesmo,
por dentro a grande revolução.
As bocas unificaram-se num só Estado.

- Caio Augusto Leite

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