domingo, 6 de novembro de 2011

Corpo de poeta

No quase-verde dos meus olhos,
vi meu quase-reflexo.
Me achei bonito pela primeira vez.
O talhe do tempo me fez bem.

Não, não era uma beleza fundamental.
Não era uma beleza heróica,
de Aquiles ou Heitor.
Era a beleza da expressão.

Suspenso na imagem difusa pairava o poeta.
Que mesmo longe da beleza canônica sorria.
Um sorriso de seis pés, repleto de ironia.

Sabia ele que tal beleza se eternizaria,
pois a poesia em teu corpo habitava
e de estrelas a pele nua lhe vestia.

- Caio Augusto Leite

2 comentários:

  1. Gostei muito de você.
    Esse seu quase-reflexo bastou para mim.
    Seu vento, invadiu-me a casa, me acordou.
    Tomou o meu coração.
    Um beijo de lua.

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  2. Lindo texto, essa poesia que habita em seu corpo é cativante e enche a alma de quem lê. (:

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