sábado, 4 de agosto de 2012

O sonho acabou


Caetano faz setenta,
e ninguém mais tenta.
Não há mais lua,
nem sol,
nem a luz de Tieta.

Algo escureceu, alguém mais percebeu?

Gil faz setenta,
não há o que se refazer,
o amor chegou no fim,
rebentou,
falei com Deus, ai de mim.

Falei e ele nada respondeu.

Milton faz setenta,
morreu na travessia,
não há baile na vida,
nem fé, nem faca, nem Maria.

Chamei Maria, ela acenou adeus, não mais sorria.

Paulo faz setenta,
foi só um rio,
foi vendaval,
foi leviano.

Todos parados num sinal fechado.

Só resta esperar que Chico faça também,
que faça também setenta.
Aí voará o Carcará,
numa gota d'água,
numa lágrima de sabiá
a Banda vai findar...

- Caio Augusto Leite

Nenhum comentário:

Postar um comentário