quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A incompreensível criptologia de tudo


Onde habita a sagrada matemática de tudo?
Que triângulos, quadrados e cubos (mágicos)
costuram a verdade absoluta de nós?

Será mesmo que tudo nasceu para o encaixar
milimétrico, cadeias atômicas de um destino consumado,
todos os amores como vagas de estacionamento
- sai um e logo chega outro?

Estranha equação, há mesmo paridade?
Ou pra lá do sinal de igualdade
existe um sem fim de letras que não
se identificam com os algarismos
que moram do lado de cá?

Esquadros, esferas, retas.
Retas infinitas, no infinito
ainda estaremos?

Clepsidras, ampulhetas, quartzos.
Ponteiros, tantos ponteiros.
Ponteiam e apontam nossos corações
em compasso, marca-passo das estações.

Inverno, verão, sei lá que mais.
Não entendo, não consigo, não me digam.
Apenas exista e deixe de lado os cálculos
que não sabem o peso dos nossos momentos.

Embaralho as cartas, as coisas, os motes.
Tenho seus olhos, braços e lábios tão perto
que espanto essa mosquinha sem razão
e esqueço a (impossível e nunca vista)
sagrada matemática de tudo.

- Caio Augusto Leite

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