quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Impossível afago


Está tão frio
e sua ausência
é vontade de chorar.
Mas se choro, choro agulhas congeladas
que queimam a pele triste.

Traste, trágica vida nos dividindo,
em qual mundo distante nossa história deu certo?
Ou será que dará ainda,
depois de todas essas hesitações,
provações, provocações do destino.

Ânimo, menino.
Cuida dos teus silêncios
e grite quando puder...

Grite, chame, implore, apele!
Apelo, ah pelos, oh beijos.
Cuidado, criança, o jogo é de queimar.

Que mar é esse em que se nada,
nada pra nada achar,
de que vale tanto esforço
se tudo é afogar?

Está tão frio
e sua ausência,
e sua presença em gestos casuais,
raras lembranças.

Quanto mais chove,
mais choro, mas choro
com tanta delicadeza
que talvez Deus se compadeça...

É triste não te achar,
é longe te perder.
É fácil sorrir,
(brilhar e vencer)
quando eu sou você.
Sol de você.

- Caio Augusto Leite

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