quinta-feira, 19 de abril de 2012

Aquietamento


Baila a palavra
no convite e converge
para o encontro afinal.

Baila a palavra
no beijo, rodopia.
Tonta cai.

Baila a palavra
no ar, declaração
acústica, mero sussurro.

Baila a palavra,
que samba é esse?
Gritos loucos.

Baila a palavra,
pra lá, pra cá,
valsa de sedução.

Baila a palavra
em compasso quebrado,
tantas vírgulas, alongar o momento.

Baila a palavra,
mas a música para,
o amor acaba.

Bailava a palavra,
não mais se agita
as reticências chegam.

E as palavras,
murchas e acuadas,
se deixam levar pelo silêncio.

Pelo silêncio da noite,
da morte,
da solidão...

- Caio Augusto Leite

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