sexta-feira, 27 de abril de 2012

A farda empoeirada


Todas as guerras, não lutei.
Não subi em avião,
não disparei canhão,
não quis pegar fuzil.

Todas as minhas guerras, já perdi
O amor não procurei,
a amizade não prendi,
a saudade não matei.

Todas as guerras que ignorei
hoje voltam piores do que foram.
O homem morto no navio, a criança de Hiroshima,
a doce amante que não tive.

Mea culpa,
mea culpa,
mea maxima culpa.

Pequei a omissão,
grande amargura
me corrói o coração.

Essas guerras, antes lutasse.
Talvez perdesse.
Mas jamais vivesse
com o risco dessa bomba em mim.

Tic-tac,
dia pós dia.
Tic-tac,
mas que agonia.

Tic-tac,
logo explode.
Tic-tac,
tic-tac
tic...

- Caio Augusto Leite

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