Azulejo lascado na parede,
azul vejo ao meio.
A lua do lado esquerdo,
repartido o barco negro.
A viagem que não foi,
o naufrágio do sentimento.
Foi seu murro furioso
que partiu o azulejo.
Azuelejo lascado na parede,
coração lascado permanente.
Azul que pode ser trocado,
vermelho que não tem mais jeito.
O beijo ficou no meio,
a dor ficou inteira.
A saudade fez morada,
na parede aqui de casa.
Azulejo lascado na parede,
ferida latente.
Sangra pelo buraco as memórias,
não valeu a pena, o amor mente.
Mas formigas saíram do rachado,
em fila, alegres, perdidas.
Nada é em vão, ficarei bem,
mas ainda o azulejo.
Azulejo lascado na parede...
- Caio Augusto Leite
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