sábado, 21 de abril de 2012

Ruindo o amor


Vai, leva tua certeza.
Tuas cartas, tua leveza.
Vai, leva teu sorriso,
teu amargo sorriso.

Vai, leva tudo que não é meu.
Essa cara amarrada, essa cara de nada.
Vai, leva o beijo rompido, o amor desistido,
tua voz, teus nós, teu vestido.

Vai, leva a saudade, a amizade, a coragem.
Tudo que já foi, tudo que não vai ser.
Vai, leva a mortalha do tempo e a muralha do tédio,
mas deixe as cópias das chaves do prédio.

Vai, o tempo passou.
O poema enclichezou.
Se você não for,
eu vou.

- Caio Augusto Leite

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