Imenso muro de azul,
onde o azul inferior
se aglutina no azul superior.
Onde a linha divisória
se perde no inifinito
desdobrar-se do espaço.
Eu e meu barquinho,
meus remos
e nada mais...
Logo chega a noite,
que aflora no espelho d´água
mil estrelas salpicadas.
Olho pra cima
e me vejo refletido
em superfície lisa.
Já não sei onde estou,
se é céu, se é mar,
se é alucinação.
Já não sei o que é céu,
o que é mar, o que sou Eu,
o que é ilusão.
Remo nas ondas,
ondas de estrelas,
marés galáticas.
E sigo rumo à linha ao longe
que num espanto ótico
unirá o ser que Sim com o ser que Não.
O ser que sou,
com o ser que fui.
Realidade e ilusão.
- Caio Augusto Leite
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