terça-feira, 24 de abril de 2012

A segunda aroeira


No galho da aroeira
o pássaro avança na conquista,
a bela pássara almeja.

O vento da tarde passa pelas penas,
treme a árvore
e as folhas rumorejam.

É o sinal da natureza,
que algo se aproxima,
toma cuidado aroreira.

Botas de couro duro
pisam com força as folhas secas,
o perigo ronda o casal de aves negras.

Um estrondo maior que a morte,
dispara no ar feito trovão
e faz no destino um corte.

..vão se embora os caçadores...

Ela vai, ele fica.
A aroeira de testemunha
encobre a vítima.

Em folhas, em frutos,
o viúvo chora
lágrimas de luto.

Do solo ali nova árvore surgiu,
o pássaro negro sempre volta,
voltará a vida inteira.

O amor brotou da terra em forma de aroeira.

- Caio Augusto Leite

Nenhum comentário:

Postar um comentário