sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cruzamento

Me consome, me sorve, me some.

Me vira, me inspira, transpira.

Transpassa o sexo vivo no meu

e faz a noite virar éter.


Rodopios cegos de paixão,

sangue pulsante, as mãos trêmulas

o olhar sincero e dúbio

oh indeciso coração!


Nada falta, que falta fez

o beijo que se espalha pela boca

feito onda em maré cheia

e que saliva quente no horizonte dos meus lábios.


Vem e vai, vem e vai, maré amorosa.

E paira no recanto do meu corpo o silêncio

como a noite que chegou depois da tempestade.

Só eu e você - úmidos, impuros, despidos de castidade.


- Caio Augusto Leite

Um comentário: