Mãos vermelhas,
quente atrito,
trem que vai, meu bem.
O que não tenho
não busco mais.
Se choro, se sofro.
Ah, você não vem.
Tão cheio o vagão
mais cheio o meu coração.
De tremores, de dores.
Vai descarrilar.
Mãos com calo,
ando calado.
O trem para
pra eu descer...
Mas continua a trepidar meu peito.
Sei que é vão querer aquilo
que anda por trilhos tão opostos ao pensamento.
- Caio Augusto Leite
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