domingo, 11 de novembro de 2012
Quando não vier a primavera
Assustei-me no caminho,
as rosas começavam a brotar
e nem era primavera.
Se não seguem as rosas o seu tempo,
como posso seguir eu o meu?
Se ontem elas nasceram,
mas só poderiam nascer
daqui um mês,
como confiar nas leis mundanas?
Eu não dependo (mais) da realidade.
Passo sobre todas as projeções,
tratados e prospecções da natureza.
Lei da física não me pega mais.
Quando vier a primavera
e as rosas olorosas
já estiverem há tempos
sob as sombras da figueira
eu saberei que não existe tempo
para quem vive de começos.
- Caio Augusto Leite
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