terça-feira, 27 de março de 2012

Nostálgico diante da chuva

Tombavam gotas de farinha e sal
sobre o óleo na panela antiga.
Hoje tombam gotas de água pura
sobre a relva na secura.

Antes a chuva em feitio de doce,
salpicada de canela e açúcar
que mamãe fazia nos dias
que o céu caía em pedras duras.

Hoje a saudade me faz visita
quando chove as gotas frias.
Hoje a chuva ressoa só,
só a lembrança dos bons dias.

Não tem mamãe, não tem canela.
Não tem amor em lugar nenhum.
Só há a chuva que em louca dança
traz com tristeza a distante infância.

- Caio Augusto Leite

Nenhum comentário:

Postar um comentário