Tombavam gotas de farinha e sal
sobre o óleo na panela antiga.
Hoje tombam gotas de água pura
sobre a relva na secura.
Antes a chuva em feitio de doce,
salpicada de canela e açúcar
que mamãe fazia nos dias
que o céu caía em pedras duras.
Hoje a saudade me faz visita
quando chove as gotas frias.
Hoje a chuva ressoa só,
só a lembrança dos bons dias.
Não tem mamãe, não tem canela.
Não tem amor em lugar nenhum.
Só há a chuva que em louca dança
traz com tristeza a distante infância.
- Caio Augusto Leite
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