Contrariando todas as especulações comuns,
sobre a minha geladeira não mora pinguim.
O que vejo é um cavalinho de vidro:
Poderia ser diamante, não fosse o lascado na pata.
Altivo, poderoso, marchante.
Mas o mesmo lascado sugeria fragilidade.
Deixo ali o cavalo, para que mão estúpida
não faça o mesmo que fez com aquela outra estátua
- aquela de gesso, lembra?
Meu cavalinho já aprendeu a viver,
o tempo, o tempo passou pela sua pele vítrea.
Eterna marcha a do cavalinho,
indo para o futuro...
Minha geladeira não seria tão minha,
se ali houvesse um pinguim frio e morto.
Amo mais meu cavalinho de vidro,
do que a muita carne de gente.
- Caio Augusto Leite
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