domingo, 11 de março de 2012

Livre ao vento

Plenas nuvens, pisar em nuvens,
pescar o sol, plantar a luz.
A paz nas coisas mais banais.

A solidão de se entender,
o encontro de se completar.
O amor depois da dor.

A devastação, o refazer.
Tormentas que já passaram.
A ela, a primeira flor da primavera.

A neve derrete, que belo verão.
A alma fofa e cheia de branco.
Renascer e reconstituir a vida.

Depois da luz daquele sol,
o abraço de nenhum Deus.
A crença, a descrença, sobrevivência.

A vida é aqui, grande templo.
Talvez não sobre tempo,
mas queria dizer.

Dizer, só por dizer. A voz.
Matar os duplos sentidos. A coisa em si.
Nascer, evoluir, morrer. A vida é assim.

Sem dogmas, sem maçãs,
sem tábuas, sem véus.
Livre folha ao vento
- matéria vento.

- Caio Augusto Leite

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