segunda-feira, 9 de julho de 2012
Lágrimas
Quero chorar,
mas não nos bares
cheios de testemunhas
e balcões imundos.
Não hei de espalhar esse pranto
pelos asfaltos queimados.
Nem pelos assoalhos do barbeiro.
Não molharei o pendão da esperança,
não amarei a pátria.
Se preciso chorar, não me julgue.
Se preciso, é justo chorar.
Não quero chorar sobre túmulos
e nem sobre nostalgias infantis.
Quero chorar sobre teu peito,
no teu abraço forte.
Deitado sob a tua sombra,
sem medo da verdade lacrimosa
que escorre pela face crua.
Quero o choro sem explicação,
quero teu afago sem condenação.
Quero todo o mar do mundo para amar,
quero todo os barcos em água para que cantem meu chorar...
- Caio Augusto Leite
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