Rasguei o dedo, cedo,
jorrou sangue de dentro
e inóspito rio foi
se tecendo pelo chão
que já não dá
nem broto de feijão.
Mar vermelho de fraqueza
e vergonha, mar de mim.
O mal de mim, meu maior defeito
o egoísmo que trago no sangue
e que se espalha pelo mangue.
E não há vida que suspire
perto da minha maré vermelha,
alga assassina na praia
é nada perto da minha enxurrada
de morte anunciada.
O mundo agora é só meu sangue
e visto do espaço alude maçã antiga.
O mundo sangra e de longe
só existe a fórmula simbólica
que escancara o meu pecado humano.
- Caio Augusto Leite
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