quarta-feira, 18 de julho de 2012
Quando o homem cresce
- Ordem! Ordem! - Ordem!
grita a castanheira,
mas na mata o vento
faz pirraça e passa
levando frutos,
varrendo folhas,
a maior zoeira.
O Saci brinca no regato,
onde Iara faz dueto
com as águas que caem
levando para longe os gravetos.
Curupira corre,
pra trás ou pra frente?
A mula-sem-cabeça incendeia o ar,
boitatá não cansa de olhar.
Mas o homem chega
e o silêncio reina.
Depois que cresce o homem
vem pra cortar a castanheira,
vem pra calar o som da mata.
Depois que cresce o homem,
não entende mais a rara beleza
que enfeita os galhos, a terra,
os riachos, não sabe do sumo,
em suma perdeu a inocência.
Pro homem isso tudo é lenda,
pra mim ainda existe
um cantinho bem escondido
onde o vento vai cantando
debochando da castanheira...
- Caio Augusto Leite
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