terça-feira, 17 de julho de 2012

Sob a amoreira


Marquei encontro com você naquela praça
e hoje a amoreira está carregada.
O céu bem azul, o sol firme,
tudo parece bom.

O sorveteiro alegre,
as crianças brincando.
O cheiro das flores,
o cantar de pássaros.

Você foi demorando
e eu sozinho fui ficando
cada vez mais nervoso.
E meu nervosismo dá fome.

Resolvi comer amoras,
comi muitas, tantas.
A tarde trouxe a chuva,
e com ela o tédio pardo.

Pensamentos voam,
os pássaros calam.
Tudo procura abrigo,
eu continuo te esperando.

Mas agora você vem vindo,
finalmente você chegou.
Corri num abraço
cheio de urgência.

E dentro do cinza, do tempo e de mim,
manchei tua nunca, teus braços
e tua boca com o vermelho amora,
com o vermelho amor.

- Caio Augusto Leite

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