domingo, 1 de julho de 2012

Redenção de julho


Já é Julho, Júlio,
quem é Júlio, se não uma aliteração?
Não importa quem é,
importa o Julho que chegou, ou não?

Júlio pode ser,
Julho é.
Não existe outro Julho
além desse sétimo mês.

Cabalístico número,
sazão das férias no inverno
- combinação atípica,
julho polar, bipolar:
frio, sol, sol, frio.

Só frio, sofrido, sofri.
Já não mais, é julho.
E tua cama é sempre mais quente,
e o nosso tempo é sempre ligeiro.

Veja, já é julho
e nós ainda juntos.
Quem me viu ainda ontem,
em junho, não botava fé
que o nosso caso daria pé.

E só de pirraça a gente permanece,
feito a flor que vive no pós geada.
Já é julho, Juliana...

Não disse que esse Júlio não apitava nada.
É trava. Julho é que não disfarça.
Julho cheio d'amor, mesmo quando
a solidão vem soprar dor.

Proclamo suas três dezenas de dias
e um deixo de sobra
pra sangrar a dor do mundo, depois enxugo os olhos
e jogo tudo fora...

- Caio Augusto Leite

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