quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

As moscas

Na ponta do meu dedo indicador
pousou uma borboleta.
Ficou um pouco e foi-se embora
para a flor que a alimenta.

Em meu ouvido pousou uma mosca varejeira.
No oco quente botou ovos
e antes que pudesse espantá-la
voou para onde só Deus queira.

Depois de um tempo a ferida,
não sabia, não queria imaginar.
Não tratava, só deixava ir criando,
um dia prontas irão voar.

Um dia as moscas nasceram e voaram.
Aquela borboleta nunca mais vi,
fui só um pouso sem propósito.

Por isso agora prefiro as moscas,
que pousam e dão frutos.
Achei na vida alguma utilidade.

- Caio Augusto Leite

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