quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O bailarino

O relógio parece que dança,
dança balé, qual é a dele?
Qual é?

Não brinca assim relógio,
não fica parado num meio salto.
Anda querido, anda meu bem.

Se os ponteiros não se encontram,
eu também não posso te rever.
Vai relógio, anuncia o meio-dia.

O relógio parece que baila,
já passa das três. E nada.
O amor parece que falha.

Na dança do relógio,
meu peito vai doendo.
No rodopio do ponteiro
eu me entrego ao desalento.

Chega de dança relógio,
chega de sambar em mim.
Já é hora de dormir,
o amor não veio, nem vai vir.

E a dança continua,
pra lá, pra cá.
Tic-tac, ti-tac.
O relógio vive de dançar.

- Caio Augusto Leite

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