Naquela igreja onde os pombos dormem
o sino ressoa como há séculos.
Desde que confeccionado foi
pelo fazedor de sinos.
Desde então invoca o barulho
que me desperta e deixa-me alerta.
Que me deixa aflito para a vida.
Todos os dias, religiosamente,
ele sacode as estruturas paroquiais.
Mas por quanto ainda ficará ileso
ao moderno mundo que tanto já calou?
Em volta dele, já viu o sino tudo mudar.
Se foram sítios, símios e amantes.
Se foi chegando devagar todo metal,
que não é de sino.
Mas parece ser sua sina
continuar seu dobre grave.
Outros tantos já se foram,
mas o sino, amigo antigo, aqui ficou.
- Caio Augusto Leite
Nenhum comentário:
Postar um comentário