No vão do lustre,
por vezes caíam insetos.
E enquanto eu ficava escrevendo
o zunido das asas aflitas me incomodava.
Era a vida se acabando na quente lâmpada,
era a luz, que não tinha nada de divina.
Era eu aqui embaixo escrevendo tolices,
enquanto moscas, mosquitos e mariposas torravam.
Talvez isso não tenha a mínima importância,
mas é preciso pensar na vida quando se sabe da morte.
E a gente sabe que basta um descuido para cairmos no vão do lustre
E no zunido de nossa dor, outros poetas escrevem suas tolices.
Caio Augusto Leite
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