segunda-feira, 14 de maio de 2012

Desentendido do amor



Caminho pela estrada molhada,
junto com a chuva 
que fustiga meu sapato cinza.

Água que cai dentro da meia,
que agonia,
que tristeza,
já sinto as bolhas se formando.

O vento espalha as gotas suspensas
que encharacam minhas costas,
tossir, tossir, tossir,
acho que vou ficar doente.

O corpo moído,
olhos pesados,
olheiras profundas,
a garoa continua.

Sigo murmurando e maldizendo a vida,
mas pelo caminho, que ignorei,
a chuva lava o pó do tempo
e as flores secas remoçam pra me fazer sorrir.

Gotas que só querem o meu bem,
mas que me matam, pois sou burro
e não entendo os carinhos de um amor,
nem mesmo o amor da chuva.



- Caio Augusto Leite





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