Eu olho pra rua,
pros homens,
pros animais,
pra flor...
é como se eu olhasse o vento.
Eu toco na estátua,
na maçã,
na bolha de sabão...
e é como se eu tocasse o vácuo.
Eu ouço a sua voz,
uma canção de amor,
tiros lá fora...
e é como se eu ouvisse o silêncio.
Eu penso no passado,
no futuro,
penso em mim...
e é como se eu não tivesse mais memórias.
E já não sei o que fazer,
a poesia sumiu ou nunca esteve?
No cerne dos objetos,
no ventre da lua,
na miragem do mar...
Pra lá não há mais nada.
É só aqui na arquitetura
das palavras que a poesia sobrevive.
- Caio Augusto Leite
seus poemas como sempre cada dia mais lindos!
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