sábado, 26 de maio de 2012

Encontrando a poesia


Eu olho pra rua,
pros homens,
pros animais,
pra flor...

é como se eu olhasse o vento.

Eu toco na estátua,
na maçã,
na bolha de sabão...

e é como se eu tocasse o vácuo.

Eu ouço a sua voz,
uma canção de amor,
tiros lá fora...

e é como se eu ouvisse o silêncio.

Eu penso no passado,
no futuro,
penso em mim...

e é como se eu não tivesse mais memórias.

E já não sei o que fazer,
a poesia sumiu ou nunca esteve?

No cerne dos objetos,
no ventre da lua,
na miragem do mar...

Pra lá não há mais nada.
É só aqui na arquitetura
das palavras que a poesia sobrevive.

- Caio Augusto Leite

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