Silêncio.
Toda mudez do mundo.
Tudo que não tenho.
As engrenagens daquela torre
martelam em minha mente.
Alfinete cai no chão,
som de explosão.
A colher bate na panela
em alguma cozinha de Paris
ouço-a aqui nesse apartamento
no meio do Brasil.
A garoa cai feito metralhadora
na vidraça.
Um fino fio de urina cai num mictório
em Roma, mais parece as Cataratas.
Me enraiveço, me entristeço e me deprimo
nesse quarto de enérgica acústica.
Tudo isso porque queria ler,
a cidade quer matar minha pesquisa.
- Caio Augusto Leite
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