Não estenda sua mão
para o que jaz aqui semi-moribundo.
Não suje seus dedos,
a culpa é minha.
Cheio de urgências
e incabíveis necessidades.
Nada importa,
eu sou o mundo.
Mas quem sabe,
se assim ignorado,
a chuva consiga purificar
o que o desleixo largou imundo.
Debaixo dessa pele morta,
dessa roupa podre,
ainda existem olhos não-fictícios
que recuperam o eixo do que é vivo.
Só que o percurso dos homens,
minha auto-depreciação
e a culpa maior que a chuva
impede minha rehabilitação.
Não tem jeito,
não estenda sua mão
para a culpada alma
que se espalha pelo chão.
- Caio Augusto Leite
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