A quimera me é injusta,
nenhum poema me eternizará.
Nenhum verso pro futuro.
Sou o poeta das coisas antigas
- romântico mal feito,
moderno desajeitado, jamais serei.
Eu quero ser o albatroz do convés,
mas minhas asas orgulhosas
tendem ao céu límpido
e azul - tão azul.
Traio toda a escola,
todo o programa.
Não me enquadro em nenhum quadro.
Podia o tempo correr pra trás,
daí meus versos fariam sentido
e minhas lutas vitoriosas.
Podia eu morrer agora
e renascer feliz,
mas com dosagens de tristeza.
Nascer forte,
nascer com saúde,
nascer moderno de uma vez.
- Caio Augusto Leite
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