Só vi o risco da bala que já fora.
No ar ainda a luz, o cheiro, o som.
Em qualquer peito a certeza
de que há a morte.
Em qualquer braço,
nuca,
perna.
Sei lá quê.
Só vi o risco da bala,
mas de repente me baleia
outra bala sem risco,
a vida é o risco.
Não deu tempo do futuro
e nem de criar certezas.
Fui-me antes de entender
e no ar ficou o som que outro poeta ouve e glorifica.
- Caio Augusto Leite
Nenhum comentário:
Postar um comentário